quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Processo de criação coletiva

Apesar de considerar o processo de criação coletiva complicado; justamente pelo fato de ser coletivo, onde há opiniões diferentes e posicionamentos distintos, há também muitas maneiras de criar, principalmente se tratando de pessoas diferentes com conhecimentos de mundo diferentes; entretanto esse trabalho de criação coletiva se torna um meio de integração entre os envolvidos na produção e também entre o público que vê. Mesmo difícil de fazer, é um processo interativo, educativo e divertido, onde a imaginação é parte fundamental na criação.

Prólogo de meu livro (inacabado)

"A névoa espessa impedia minha visão, eu sabia que não estava sozinha, mas nada conseguia enxergar, por mais que tentasse não conseguia ver o que havia por entre as árvores e a névoa branca, apenas as sombras que me rodeavam, a escuridão era quase completa, exceto pela luz da lua, que gerava alguns focos de luz por entre as copas das altas árvores, eu estava apavorada, queria gritar, mas o som parecia não sair mais de minha boca, eu sentia o cheiro da terra molhada, estava frio e meus pés descalços estavam gelados e sujos em meio a terra. O silêncio pairava, e quaisquer barulhos, como a minha respiração ofegante e o batimento de meu coração se tornavam estrondosos."

things of me *-*
Trecho de meu livro ainda inacabado...

" O perfume adocicado da flores era delicioso, contraditório à terrível dor que eu estava sentindo, o chão havia sumido, pois a dor me fazia devanear e me contorcer, as lágrimas tentavam sair, mas tamanha era a dor que não conseguia chorar, nem gritar, apenas me perder naquela tristeza inacabável que assolava minha mente; abri meus olhos em meio à escuridão da dor e tirei as mãos de minha barriga, quando olhei havia grandes manchas de sangue em minha blusa, minhas mãos e na terra que sujava minhas mãos enquanto eu tentava me levantar, senti a dor diminuir, quando alguém me puxou com força para cima. Desmaiei."

things of me *-*

 Memórias

Estava arrumando minhas coisas que estavam em meu guarda roupas; ia me mudar, minha casa havia sido vendida e o dinheiro deveria ser dividido igualmente entre meu pai e minha mãe, atualmente separados, foi aí que peguei meus álbuns de fotos, que eu não via à um certo tempo, peguei o primeiro que vi e comecei a ver as fotos, achei uma que chamou minha atenção, ela estava solta do álbum, talvez por ser maior que as normais; era tarde ensolarada do dia vinte e nove de Novembro de 1999 e eu completava 6 anos de idade, família toda reunida na antiga chácara de minha tia, todos ali para festejar meu aniversário, muita alegria e comemoração tomavam conta do lugar, meus seis anos estavam sendo celebrados e minha irmã à quase dois meses havia nascido.
Bexigas rosa e brancas, uma mesa enfeitada com tudo o que eu mais gostava, meus tios conversavam alto sobre coisas que não me recordo e minhas tias e avós riam e aproveitavam o momento, eu brincava com meu primo de pega-pega, meu pai se juntava à meus tios, e minha mãe, com minha irmã em seu colo, ficava com minhas tias; comemos churrasco, tomamos refrigerantes; eu não via a hora de cantar parabéns e por isso ficava rodeando a mesa do bolo, todos achavam muito engraçada essa minha atitude; enfim, chegou a hora que eu tanto esperava; eu ficava atrás da mesa como de costume em minhas festas de aniversário, e cantamos parabéns, sorridentes e felizes, eu ficava com um pouco de vergonha com todo mundo olhando para mim, mas no final, achava tudo engraçado, e me divertia muito.
Antes de cortar o bolo, fomos às fotos, primeiro com meus pais, meu pai estava horrível com aquele bigode, minha mãe saiu na foto com a boca aberta, eu com cara de: corta logo esse bolo! E minha irmã, no colo de meu pai que estava sentado; tiramos muitas fotos, e a festa continuou.
Família unida. Felicidade e expectativas de um amanhã melhor ainda, nunca imaginei que essa união pudesse ser quebrada da maneira que foi; hoje, pais separados e morando na atual chácara de minha tia, temporariamente; vejo que a felicidade ainda permanece; minha mãe, minha irmã e eu ficamos cada vez mais unidas, mas as lembranças desse passado ainda permanecem em nossas fotos e recordações eternas.

Viver feliz

Viver feliz

Ao olhar o mar
pássaro a voar
por do sol a transformar
a beleza do lugar

Felicidade é ter liberdade
lutar por sua verdade
é encarar a vida
modificar a realidade

Ver no sorriso
e no olhar
a esperança de amar

Fazer o amor prevalecer
a amizade renascer
e, intensamente, viver!
things of me *-*

O poder da escrita

O poder da escrita

O poder que a escrita nos possibilita é o de transcender gerações, expor ideias e registrar pensamentos e ações. Tamanho é esse poder que tem a possibilidade de transformar a sociedade, um texto bem estruturado, com clareza de ideias e argumentos bem organizados e fundamentados podem garantir a mudança, a transformação de muitas pessoas. A escrita possibilita um modo de expor ideias, propor mudanças, rever conceitos, benefícios que podem revolucionar o modo de ver certas coisas.

3º concurso de poesia SESI/SENAI/SP


Escrita escreve

Querido autor
tu és escritor
da tristeza e da alegria,
da euforia e da apatia
enxerga através do
sonhador e
transcende as
ideias do pensador

Através de mim
Escreve com
imenso vigor
pois as palavras
chegam a ti com
tal magnitude
que levam-lhe
ao esplendor

Escreves, então, com a alma
Revoluciona, registra,
Usa-me ao compor,
Mas usa-me com fervor
E faz de mim
Ferramenta de
Inigualável poder
transformador

2º  lugar na fase regional no pólo de Jundiaí e região
things of me *-*

6ª Olimpíada de Redação

No Abismo com asas cansadas

Abri meus olhos e olhei ao redor do quarto iluminado pelos poucos raios de sol que vinham da janela paralela à minha cama, que rangia à cada mínimo movimento meu. Sentei-me com dificuldade e, como de costume, a enfermeira veio checar a minha pressão e me dar os comprimidos matinais, os quais eu não faço ideia de sua utilidade. Eu estava velho, fraco, não havia mais espaço para mim na sociedade, o asilo era minha única saída; a família tinha compromissos demais para poder me fazer uma visita no dia dos pais ou até mesmo hoje, véspera de Natal. A enfermeira chamou a auxiliar, e as duas me colocaram na cadeira de rodas; eu até podia andar, mas algumas horas depois as dores não dariam trégua; elas saíram pela porta e eu fui vagarosamente até a janela observar o jardim; meu passatempo era ficar lá observando a liberdade dos pássaros que viviam voando por ali, em busca de um lugar para fazer um ninho para seus filhotes; isso me trazia à lembrança tempos de dificuldade, quando eu, minha falecida esposa e meus dois filhos viemos tentar uma vida melhor aqui em São Paulo. Com muito trabalho e esforço servi o país no Exército e mudei a situação financeira de minha família, mas hoje, aos 65 anos, filhos casados e bem empregados, sem tempo para ao menos ligar para quem tanto os ama, vejo que não tenho reconhecimento algum pelos anos em que honrei o cargo que ocupava, a profissão de ser pai. Fui literalmente abandonado. Condenado a viver na amargura de me sentir só. Senti uma lágrima relutando em cair, e um nó se formava em minha garganta, a enfermeira entrou no quarto para trazer meu café da manhã, e com as cosas da mão limpei rapidamente as lágrimas que insistiam em cair.
Comi um pouco da metade do mamão, um pedaço do pão com manteiga e tomei um gole do café; foi nesse instante que as garras da solidão levaram-me ao breu profundo, era como se enormes facas atravessassem meu peito, eu quis gritar, mas minha voz relutava em sair, lutei. Lutei pela vida até a última golfada de ar. Tarde demais, a solidão me dominou, levou a luz de meus olhos castanho-amendoados, que traziam a última gota de esperança de viver feliz. A solidão tirou minha vida, mas me mostrou o quanto é difícil se enquadrar no “padrão” da sociedade, cabelos brancos, pele enrugada, dores; toda diferença é vista como anomalia quando o maior medo é viver na frustrante ideia de ficar só.

things of me *-*